segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Coritiba X Portuguesa - Série B - 18/09/2010

No dia 6 de dezembro de 2009, eu estava em casa quando mudei de canal e vi tudo o que estava acontecendo no Couto Pereira. Imediatamente, liguei para o meu noivo que tinha ido assistir o jogo e estava na Mauá, vendo toda aquela confusão.
Foi um dia muito triste, afinal, mesmo tentando me tranquilizar pelo telefone, era impossível desligar a tv, e ouvir os tiros e os números de feridos aumentando cada vez mais. Foi horrível!!

No último sábado, fomos ao jogo. Eu nunca havia sentado na arquibancada. Foi muito chato ficar lá, afinal, havia muitas pessoas, famílias com crianças de colo e algumas pessoas que com toda a certeza fazem parte da torcida organizada.

Para começar, tivemos que assistir o jogo inteiro de pé. Pensando no conceito de knosfera, não dava para lembrar dele naquela momento, afinal, nem conseguiamos nos mexer, tinha tanta gente na nossa frente, que o vento frio parecia não existir durante o jogo.

Do ponto de vista da construção da identidade, fiz uma reflexão sobre a participação das mulheres no futebol. Todas as mulheres que eu vejo gritando no estádio, ao análisa-las sempre penso que elas não devem nem saber chutar uma bola. Existem 3 perfis:

a) As que assistem aos jogos com suas famílias tranquilamente, reclamam de maneira apropriada.
b) As que patricinhas que acham o máximo ficar gritando da arquibancada e acham que todo mundo está olhando para elas.
c) As mulheres que são piores que os homens, gritam, xingam, bebem cerveja e até certo ponto, agem e falam como os homens. Até os movimentos e a maneira de cantar são cópias dos gestos dos torcedores.
( Não tenho nada contra isso, no entanto, quando os meninos tratam elas como iguais, elas ficam super irritadas).

Nesse sábado, tive um exemplo tipico disso. Havia uma menina enlouquecida na nossa frente. Ela gritava e pulava e ficava extremamente nervosa quando alguém errava um passe dentro de campo.
Quando a torcida se confundiu ao comemorar a entrada do time "da Portuguesa" em campo, ela foi uma das que mais pulou, e, depois ao identificar o equívoco, ficou extremamente angustiada, parecia que ela havia cometido um crime.

Quando o Coxa entrou em campo, a torcida começou a cantar, desesperadamente, ela gritava dizendo que éramos um bando de amadores e não sabíamos torcer. Até que a torcida puxou a primeira música estabelecida pelo roteiro da Império. Ela ficou muito feliz, e dizia aos amigos que era assim que se torcia.

No momento, fiquei me perguntando, desde quando existe maneira certa para torcer?

Enfim, apesar de eu não ser uma das torcedoras mais fanáticas desse mundo, como diz meu pai: "aprecio sempre o bom futebol".

O futebol não foi lá tão bom assim, mas ao presenciar um momento histórico e ver com os próprios olhos o que é a identidade do brasileiro com o futebol, não tem preço.

O esporte é um fenômeno inesplicável, porém, eu ainda não desisti de tentar explicá-lo e transformá-lo!

O que presenciei no último sábado, fez com que eu me arrepiasse.

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